Hoje eis que um soninho bate à porta do meu juízo
Desajustado, desmiolado, caracterizado de tédio
Num pijama nada listrado, com cores brancas sem remédio
Bate esse soninho de preguiça
Neste dia de silêncio, fadiga e chuva
Neste que fatiga o infatigável
Que abala o inabalável
Abala?
Desaba a chuva que revolve o lixo
E o soninho bate, pois só ninho tenho
A noite vai-se
Pressa pra quê?
(Ana Cristina Rosito em "O que não tem remédio")