FELIZ ANO NOVO

Meus caros,

mais um ano acaba, deixando muitas lições para cada um de nós e mais um ano começa, trazendo a esperança de grandes conquistas.

     Gostaria de agradecer a todos aqueles que separaram um tempinho de seu dia para ler, ao longo de 2014, as letras aqui postadas.

      Desejo a todos um ano de 2015 de realizações sólidas e de muita saúde e harmonia.

      Termino esta postagem com um texto que recebi da minha prima e que, com certeza, tem muito a dizer neste final de ano.

PS: Só a última linha foi escrita por mim.

Um forte abraço iluminado a todos.

"Na grande peça da vida, mudam-se os anos, mudam-se os capítulos, alguns atores são substituídos, mas a verdadeira beleza desta história está nas personagens que permanecem nas cenas mais queridas"

A todas as personagens que participaram, que participam e participarão dos capítulos de minha vida, desejo um ano de 2015 de saúde, paz, harmonia, prosperidade e doces acontecimentos. Feliz 2015!!!!

E ASSIM ME DEIXEI CORTAR...

     Gosto de divagar. Talvez por ser uma pessoa sonhadora, embora menos sonhadora que ontem. Gosto de lembrar do ontem, embora , muitas vezes, me sinta como se tivesse vivido várias vidas em uma. Penso nas pessoas que se foram porque quiseram ir e naquelas que simplesmente se foram. Penso naquelas que conhecemos todos os dias e que nos selecionam ou que selecionamos neste caminho tantas vezes bifurcado desta viagem chamada existência.

     Constato que, quase sempre, é difícil lidar com as pessoas e como sou uma pessoa, que quase sempre é difícil lidar comigo mesma. 

     Pessoas... pensamentos... passado... presente... futuro... 

     Será que se soubéssemos o que as pessoas pensam, seríamos mais felizes ou nos afundaríamos em um mar de desilusões e dores de todo tipo?

     O dicionário diz que  felicidade é "o concurso de circunstâncias que causam ventura". e como é impressionante como, para cada pessoa, isso funcione de forma diferente. E me pergunto; o que é felicidade para mim? Imagino a busca da felicidade como um cubo mágico. Você fica ali tentando colocar cada cor em uma face do cubo, ficando  horas e horas ou dias, meses ou a vida inteira tentando, mas, muitas vezes,sem sucesso  e, mesmo assim, permanece ali naquele mesmo ponto, batendo na mesma tecla sem se dar conta de que  a felicidade é dispor de cores diferentes lado a lado numa combinação individual e intransferível, trazendo a liberdade de ordenar as cores do jeito que cada um quiser. A disposição das cores no cubo mágico de um, nunca será igual ao do cubo mágico do outro. 

      Quantas amizades são perdidas, quantos amores passam a se desconhecer devido a essa tentativa de homogeneidade de tudo e de todos.

       Ontem vi o desespero de uma grande maioria em aproveitar ao máximo a Black Friday. Como somos conduzidos à vida de gado. Perdemos a nossa individualidade, nos perdemos sem perceber devido a uma vida corrida e autômata.  Viramos ranzinzas nas mínimas coisas. Não vemos aquilo que realmente interessa e vamos largando e sendo largados pelo caminho. Nascemos com inteligência, mas muitas vezes não somos inteligentes. Vivemos movidos pelas paixões e por influências externas.

      Admiro o autêntico.Admiro quem se joga numa piracema existencial e simples e admiravelmente "é" com toda a sua essência, com a autenticidade de uma criança. 

     Gosto de divagar e devagar observo em meio a esse caos urbano e desumano de ideias plantadas e confusas o ser humano em cada um,o ser humano em mim .Observo ações de grandioso e desinteressado amor em pessoas diferentes e nas mesmas pessoas.Acho que tenho um pouco de Ricardo Reis, um pouco de Cecília, um pouco de Bandeira e de Clarice Lispector. Tenho muito de mim mesma e bastante dos outros.

      Renovo-me em meio a inúmeras podas sociais e em cada retorno de mim, em mim e para mim , fortaleço-me, reinvento-me e  me vento espalhando sementes de mim mesma por todos os lados dessa vida.

      

JÁ À VENDA

Caros amigos, aqui vai mais uma participação em antologias. Esta com o poema "Primeiro poema", primeiro texto que fiz após meu pai ter nos deixado em julho de 2008. Espero que gostem.

EM SILÊNCIO

   

  

      Tenho me mantido em silêncio textual  por tanto tempo, pois não sei mais quais palavras usar para demonstrar minha indignação  a respeito de tantos absurdos que presencio todos os dias neste país em que nasci. Lembro-me que já amei ser brasileira. Já tive orgulho. Um orgulho, por vezes ufanista, por minha fé no "país do futuro" permanecer inabalável.

     Faço parte da chamada "Geração Coca-cola", uma geração cheia de sonhos, uma geração filha da revolução, que ainda antes de atingir a fase adulta, assistiu, na TV, a pessoas com cartazes que pediam "Diretas já".

     A minha geração tinha sonhos em ver um país justo para "todas as classes sociais", um país com serviços de qualidade, um país sem corrupção, um país onde seria possível ter orgulho de se viver. .

     Tenho me mantido em silêncio textual por tanto tempo porque o desânimo vem me consumindo no sentido mais capitalista da palavra "consumir".

     Vejo crianças e adolescentes apáticos, pessoas escravas de um assistencialismo covarde que corrompe e aliena. 

     Vejo grande parte da população sem rumo que ataca com violência, e de forma animalesca, trazendo o caos urbano. Continuo vendo pessoas catando lixo para se alimentar, ou passando fome ou sede nos mais diversos cantos do país. Vejo uma seca interminável, um trânsito que desfavorece qualquer tentativa de produção braçal ou intelectual. Vejo um transporte público péssimo, hospitais e escolas sem a menor condição de funcionamento. Vejo serviços de telefonia péssimos que escravizam você a uma fidelidade de mão única.

     O gigante acordou e, coagido pelo medo, deitou num berço nada esplêndido, enquanto a politicalha deste país brada que o Brasil melhorou, quando, na verdade, verifico que só os bolsos deles melhoraram.

     Estou cansada de mentiras, de falsas promessas, de ver o meu país falir moral e economicamente, escravizado, sem educação familiar, sem um futuro digno.

     Mas, não esquente não, meu povo, o alucinógeno de nome "Copa do Mundo" estará disponível em breve. Sente em frente da televisão e se delicie, acreditando que o Brasil será o primeiro do mundo.Esses sintomas durarão cerca de um mês, depois eles logo desaparecerão . Há inúmeros testes que podem ser feitos após esse período.Vou sugerir só um: Vá de transporte público e tente ser atendido rapidamente e com qualidade  em um hospital público qualquer. Rapidinho os efeitos colaterais aparecerão e você voltará a reclamar das condições reais vividas pelos brasileiros todos os dias.

     Sinto-me impotente diante de tantos absurdos e, assim, tenho me mantido em silêncio textual por tanto tempo, esperando que o gigante acorde mais uma vez e se  mantenha de olhos bem abertos .