sábado, 5 de novembro de 2022

TIOS E TIAS

Eu sou de uma geração de muitos tias e tias. Não me refiro aos também especiais tios e tias de sangue cuja conta é finita. Refiro-me aos pais e mães dos coleguinhas da escola ou dos vizinhos da rua ou da região. Àqueles que colocavam merthiolate no nosso joelho machucado, carregavam-nos no colo após uma torção ou faziam um lanche deliciosamente inesquecível. Àqueles que a vida inteira são cumprimentados com todo amor e carinho como "tio"/ "tia" ao passarmos por eles pela rua mesmo que nós já tenhamos mais de 40 anos. Àqueles que ainda nos chamam pelo carinhoso apelido da infância e que nos olham do mesmo jeitinho de quando calçávamos tamanho menor que 30. Perder um tio ou tia desses é perder um pedaço da infância; é ser lembrado de que a vida passa muito rápido e de que ela só vale a pena se demonstrarmos diariamente o nosso amor pelas pessoas. Hoje meu dia ficou mais triste com a noticia de que o tio Edmundo se foi.Não mais o verei caminhando com o cachorro ou voltando das compras; nem o ouvirei me chamar de "Tininha". Bonsucesso hoje ficou mais triste. E eu também. Um beijo carinhoso na Márcia e na Kátia, suas filhas, e na tia Neide. * Uma semana depois, perdemos o tio Manoel, o que também me doeu muito. Assim, dedico esse texto também para ele e deixo um beijo carinhoso para a tia Zezé, para seus netos e para sua filha Fatinha. (Atualizado em 29/03/2023)