quarta-feira, 21 de março de 2012

No caminho para o Guarabu


 Hoje acordei pensando em você. Acho que influenciada por um programa que vi ontem.Sei lá... O pensamento da gente é tão estranho... Gosto de pensar. Acho que é por isso que, muitas vezes, ando de van. Principalmente quando vou à Ilha do Governador.Nesse momento, tenho tempo pra pensar.


     Passo pela Praça Augusto Motta.Olho o movimento das pessoas na calçada, peço a benção da Nossa Senhora da Aparecida e da Nossa Senhora de Fátima e observo "o índio" se apresentar enquanto aposentados jogam dama com tampas de refrigerante.O sinal fecha e fico de frente para a estação.Olho o teleférico  do Alemão que, delicadamente, movimenta-se  em direção ao Morro do Adeus e, a partir daí, começo a divagar entre a entrada e saída de pessoas na van, entre o grito de chamamento do trocador com sua pochete, solicitação de pagamento da passagem, fornecimento de troco.

 - Praça das Nações-
    


   Mais adiante, olho a obra interminável da estacão próxima a Manguinhos e ao Mandela, pedaço conhecido como Faixa de Gaza.Vem a Linha Amarela. Vejo a Av. Brasil de cima e fico imaginando quantas vidas passam por ali todos os dias com seus inúmeros pensamentos, objetivos, problemas e ações.

     A van pega a Av. Brasil.Pessoas descem e sobem.Pessoas com crianças de colo,senhoras e senhores com dificuldade de locomoção, trabalhadores, estudantes. Passamos pela Teixeira,Parque União, entrada da Ilha.
     Na entrada da Ilha,próximo ao viaduto. Um sofá velho, pedaços de madeira, restos de latas, panos, cachimbo improvisado.Presença de homens, mulheres e adolescentes viciados em crack, Pessoas que,infelizmente, mais parecem farrapos humanos.

     Entro no Fundão.A van ali fica parada aguardando o ônibus da integração que chega lotado de passageiros.Hora da disputa: vários trocadores correm na direção do ônibus do outro lado do ponto e conquistam  passageiros como terras a serem dominadas.

                 -Peixaria - Ilha do Governador-

    Saio do Fundão. Ponte velha, Estrada do Galeão.Pago a van. Indico onde vou descer.Salto com cuidado para não bater a cabeça nem tropeçar.Atravesso a rua, encontro pessoas conhecidas e desconhecidas e vou trabalhar.

     O pensamento da gente é mesmo um viajante: um explorador de casos, um aproveitador de acasos, um ser em liberdade,sem  amarras.
     Pronto.Aterrissei em sala.Aula de Português.

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