Caminhar é preciso

Numa poesia de minha autoria chamada "Impressões" tem um trecho que diz assim:
"Pessoas morrem todos os dias
E nascem todos os dias
E o mundo nem liga
Porque não TEVÊ..."

E é assim que funciona.
Já perceberam o quanto aquela história da menina da roupa curta na faculdade tem rendido?
Coisas assim ocupam um enorme espaço por não conter informação de qualidade, mas por vender mais jornal ou dar mais audiência.
Noutro dia, fui à região administrativa do meu bairro com a ideia de criar um centro de divulgação de cultura e confesso que fiquei muito desanimada.Eu que estava tão empolgada, perdi mesmo o tesão pelo assunto.
Não que eu tenha desistido-claro que não, não sou mulher de desistir quando acho que algo vale a pena, e a arte sempre vale a pena.
Mas fiquei chateada mesmo.
A classe média anda muito abandonada.Infelizmente governa-se para uma parte da população e não acredito ser essa a democracia tão sonhada. Discurso um, prática outra. O que é uma pena.
Gostaria muito de divulgar a poesia, a música o teatro, a literatura de um modo geral, mas por onde começar?Claro que tenho meios de fazê-lo na área de educação,mas até lá muitas vezes é difícil. Considero-me sortuda, pois trabalho em dois colégios que possuem diretores que têm vontade de elaborar um projeto como esse.Mas me pergunto: será isso suficiente? Tem tanta gente talentosa entre os muros das instituições de ensino... Por que não ultrapassar as muralhas?Invadir as ruas?Invadir as praças com arte?
Vi o estado em que as lonas culturais se encontram em uma reportagem em "O Globo". Lastimável é a situação.
Bem, por hora limito-me a escrever, a recitar como quem quer gritar a arte ao mundo.Atinjo um pequeno mundo, mas sob que ponto de vista?
Pequeno ainda por fora, mas gigante mundo dentro de mim.
(Postado no twitter em 01/02/2010)