Vivemos cercados de compromissos e tarefas a cumprir. O tempo, implacável personagem no cenário desta vida em que informações são compartilhadas sem que tenhamos tempo para digeri-las, passa diferente.
É inquestionável que o tempo de dentro não é o mesmo tempo de fora. Talvez haja vários tempos de dentro e vários tempos de fora. Algo mais individual e algo mais coletivo. Mas creio que um dentre todos esses possíveis tipos de tempo, seja o mais torturante, o mais nostálgico, o mais triste e ao mesmo tempo, o mais encantador de todos: o tempo que dura uma saudade.
Posso jurar que todo mundo, sem exceção, sinta saudade. Saudade de uma época, saudade de um acontecimento, saudade de alguém. Há pessoas que sentem saudade até daquilo que não viveram.
É...Acho que sentir saudade é comum a todos indiscriminadamente.
Muitas vezes, para serem positivas, otimistas e companheiras, pessoas próximas - ou até mesmo as distantes - afirmam que " isso vai passar com o tempo".
Cheguei a conclusão de que não passa. O tempo de dentro quando o assunto é saudade parece uma imagem pausada dentro da gente. Podemos achar que ele passou, mas creio que, na verdade, fica ali no fundo de nós soterrado pela rotina dos dias.
O tempo de uma saudade fica ali até que se revolva aquela gaveta interna e a lembrança salte dela como uma mola imprensada que se liberta. E a minha se libertou em especial hoje.
A minha mola foi a lembrança de que hoje faz onze anos que meu pai se foi. Desejo que, onde ele estiver, esteja bem, cercado por muita luz, receba todo o nosso amor e progrida sempre.
Passaram-se onze anos, mas essa saudade vai durar para sempre.
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