terça-feira, 15 de janeiro de 2013

VAI UMA PIZZA AÍ?

     


     Hoje comi uma pizza que me lembrou as pizzas que comia na época em que eu estudava no Colégio de Aplicação Luso Carioca.Lembro-me que entrei lá no Jardim I e minha mãe conta que no meu primeiro dia de aula, quem chorou foi ela. Eu nem olhei para trás. Naquela época, não havia esse mundo de mochilas e lancheiras para escolher.Lembro-me que tinha uma espécie de pastinha com dois ou mais patos que simulavam um dando aula e outro atento olhando.Essa foi a minha primeira "pasta-mochila", tinha uma bolsa com a estampa do Mickey e uma merendeira.
    Entrei na escola com 4 anos e me lembro de cortar caminho pelas   "Lojas Brasileiras"(LOBRAS). A loja que ficava ali na Av. Paris, perto da  SUAM que hoje é chamada de UNISUAM. Tinha uma pizza maravilhosa lá. Uma pizza inesquecível!
     Quem me conhece, sabe que adoro pizza e tenho um gosto apurado para tal. Ao longo de todos esses anos, comi em muitas pizzarias, mas nunca mais havia experimentado uma que fosse tão deliciosa como aquela.Só umas duas  vezes  num lugar que tinha ali na Av. Nicarágua, na Penha, comprada pelo meu pai para nós lancharmos. Depois disso, nunca mais. Até que muitos anos depois, quando fui ver, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, os painéis "Guerra e paz" de Cândido Portinari, descobri, numa galeria ao lado do Theatro, um pequeno lugar na Treze de Maio que vendia o mesmo tipo de pizza- daquela gordinha, sabe?   Uma delícia.
     Depois disso, nuca mais. Até que no final do ano passado, passando ali perto do Bonsucesso Futebol Clube, senti um cheiro deliciosamente familiar e parei até conseguir descobrir de onde vinha.Era de uma das inúmeras pastelarias que existem no bairro. Aproximei-me, procurei e, logo, avistei aquela pizza maravilhosa que me remete à infância... E claro que não resisti. Se comprei um pedaço? Não. Eu comprei uma "inteirinha" de muçarela que me custou R$21,00 bem pagos.
     Hoje, mesmo tentando continuar a dieta, foi mais forte do que eu e, mais uma vez,trouxe uma "inteirinha".
     Como a memória olfativa da gente é danada! Senti-me naqueles desenhos animados em que há uma mãozinha sedutora conduzindo a personagem até a origem daquele cheiro convidativo. Todo mundo já deve ter passado por isso: o de sentir aquele aroma delicioso e se reportar para uma época que nem você tinha noção de que se lembrava. Mas como diria a minha bisa a D. Eulália: " A nossa memória é feita de gavetinhas.Está tudo guardadinho.É só puxar uma gavetinha qualquer e aquilo que você nem imaginava mais encontrar, está lá. As mais remotas lembranças, todas elas, estão guardadas nessas gavetinhas..." Não é que ela tinha razão?

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