quinta-feira, 12 de abril de 2012

CRISE HUMANA NUM RIO DE JANEIRO UFANISTA

Praça das Nações em 1929










     
     (Praça das Nações em 1929- Fonte:Wikipédia)



Praça das Nações

                                                















(Praça das Nações - Fonte:Wikipédia)

 


      Fico impressionada de como o Rio de Janeiro está precário em quase todos os setores.Andam vendendo por aí uma imagem de um lugar quase paradisíaco no qual as pessoas são mais felizes por  viverem aqui, por serem cariocas. 

     Bem, talvez para quem vem ao Rio para passear com guia turístico isso seja uma verdade.Afinal, quando contratamos uma agência de viagem,seja para o lugar que for, só seremos apresentados ao "filé" e saímos com a impressão de aquele ser o lugar mais maravihoso do mundo.

    Talvez para quem mora na Zona Sul a visão do Rio e a qualidade de vida seja um pouco melhor. Não sei, pois não moro lá. Mas posso afirmar: quem mora na Zona Norte não tem tido muito o que comemorar: ruas esburacadas, pouco policiamento, migração de bandidos da Zona Sul para morros da Zona Norte;dificuldade na implantação de projetos culturais fora das favelas;pouca exposição positiva na mídia.
     Já viram que agora quase tudo que acontece na Leopoldina e que aparece na TV, acontece na Penha? Na verdade, algumas vezes, há equívocos e bairros como Ramos, Higienópolis, Olaria e Bonsucesso são chamados de Penha. É tão grande a falta de cuidado e a falta de informação que chega a preocupar.Como podem os moradores da cidade não conhecerem nada pelo menos sobre o município em que moram? Depois reclamamos do fato de alguns lá fora acharem  que a capital do Brasil é Buenos Aires.

     Um país que não conhece o seu país não pode crescer de fato. Cresce em números, mas não como povo, como unidade democrática.
     Ando muito preocupada com o rumo que a sociedade está tomando.Grande parte dos jovens contentam-se com o conhecimento raso. Deparo-me, em sala de aula, diversas vezes, com as perguntas da moda  "Por quê?' e "Pra quê?". "Pra quê", então, ganha em disparada. Quando eu estudava, o "por quê" era uma pergunta positiva, demonstrava que havia sede por saber, entender e conhecer. Agora o que escuto é: "Por que eu tenho que saber isso?Já sei ler e somar."Pra que mais?" "Pra que tenho que aprender história?" "Pra que tenho que estudar se o Tiririca não estudou e ganha à beça?"  "Vou ser bandido, os 'cara' ganham quinzenalmente e pra caramba!", "Pra que fazer faculdade e acabar atrás de um balcão?".
     Sou do tempo em que se dizia:"Filho, você tem que estudar - e se apontava um gari ou um lixeiro na rua- se não, você vai virar gari!" Nada contra a profissão de gari, mas, na época, ninguém queria ser gari ou lixeiro.
     E as "palavrinhas mágicas"? Alguém se lembra delas?"Por favor", "Obrigado", "Com licença"... Assim como muitos bichos da fauna brasileira,  elas estão em extinção. e como se escuta palavrão em mercado, em escola, na rua... O bom português também anda em extinção: como tem placa e anúncio escritos incorretamente. Tem, num açougue aqui perto, um anúncio que diz mais ou menos assim: "Temos trazeiro de boi".  E tem mais:Comprei um MP5 uma vez e havia uma etiqueta na embalagem que dizia: "Não colocar o aparelho no bolso trazeiro."Os bolsos da minha calça são bolsos "traseiros", que fique bem claro.

     É "a partir" escrito "à partir", "Troca-se pinos" no lugar de "Trocam-se pinos". Um horror!E as legendas da TV por assinatura?Quanta coisa absurda! Até a tradução é feita erradamente. E os profissionais que por falta de cohecimento também exercem sua profissão sem ter capacidade para exercê-la? Mas pra que, né, refletir sobre isso?Infelizmente vivemos um tempo em que a maioria das pessoas querem os louros, mas não querem percorrer o caminho. Num tempo em que ter valores e querer estudar é ser o diferente e, muitas vezes, ser taxado de bobo, de "bonzinho" numa forma pejorativa.
     Ser bom e honesto, ser caridoso, zeloso, educado, fiel aos seus princípios e trabalhador não é defeito.Isso tem que ser regra e não exceção. Temos a obrigação de nos aprimorarmos.Temos a obrigação de cumprirmos nossos afazeres com responsabilidade. Viver no raso é ser medíocre. Dar desculpas para não se esforçar ou aprender é viver no fracasso.Não dominar seu idioma ou negligenciar conhecimento é perambular sem ter um foco. É  não ter as rédeas do próprio destino.É transformar-se num ser humano vazio. É deixar de ser humano.
    

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