segunda-feira, 2 de abril de 2012

Em busca do autêntico e tão cobiçado mundo novo

     

     Às vezes fico pensando...Qual o sentido de viver sem viver? Existem pessoas que vivem numa constante prisão imposta por elas mesmas, prisão sem grades, entretanto mais poderosa por ser nocivamente invisível.

    Creio que o maior aprisionador interno dessas pessoas seja o medo da vida. O medo de arriscar. O medo de errar.Na maioria das vezes, tal temor, que vai se transformando em pavor ao longo dos anos e- depois em mumificação- tem sua origem na infância. Pais, muitas vezes, depositam todas as suas fichas em seus filhos que, geralmente, têm a difícil missão de ser e realizar tudo o que seus pais não conseguiram.Dessa forma, temos crianças infelizes, adolescentes sem controle e adultos fracassados por não terem sido nada ao longo de suas vidas além de uma imagem distorcida de outras pessoas. O perigo disso é que essas pessoas passam a vida frustradas e a descontar em cima de outras e essas outras em outras e tal ação  vai causando um efeito dominó cuja última peça fica fora do alcance de nossos olhos.

     Claro  que romper, seja lá com o que for, é difícil, à medida  em que vivemos numa sociedade de valores meio confusos  na qual aparecer na televisão é ser notado.

     Noutro dia, estava lendo uma tira com os alunos,em sala de aula, que, brilhantemente, tratava de palavras homônimas e havia as palavras cesta e sexta. Uma das personagens era uma trave de gol que dizia "amar a sexta",a  outra personagem era uma cesta de basquete que entendera ser amada pela trave devido às duas palavras serem pronunciadas da mesma forma. Enfim, no livro, havia uma pergunta que sugeria levantar hipóteses sobre o motivo do gol "amar a sexta"  e uma possibilidade de resposta era o fato de haver jogos nos fins de semana.Um aluno discordou da resposta porque, para ele, jogos só ocorriam às quartas porque passavam na TV às quartas.

     Bem, logo, se não passa na TV não existe, não acontece. O fato, minha gente, é que cada vez menos as pessoas refletem sobre as coisas, sobre as informações e vivem numa falsa realidade, numa falsa liberdade.Há muita gente vivendo sem prestar atenção à sua volta, mas achando que sabe de tudo. Quando se pensa   "saber  tudo", se começa a morrer aos poucos.

    Vivemos um momento paradoxal no qual há muita informação disponível, mas poucos interessados em conhecimento.Temos uma geração  do "recorta e cola". E isso se reflete desde uma pesquisa escolar, post em redes sociais, educação familiar, declarações de amor, discursos políticos,ameaças de guerra a liftings. Quantas vezes vemos um programa, assistimos a uma cena qualquer ou ouvimos alguma frase ou exposição de uma ideia e parecemos estar num déjà vu? É, meus caros,estamos vivendo mesmo um momento "ctrl c ctrl v".

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